Blog - Os Papapinhões

A diversidade de papapinhões

papapinhões1Gralha-azul com seu alimento preferido no bico - o pinhão. 

Quem é serrano aqui do sul do Brasil conhece, desde criança, o pinhão e suas diversas formas de ser consumido. Semente das araucárias, que muitas vezes é equivocadamente chamado de “fruto”, o pinhão tem aquela forma cônica incomum, dotado de uma ponta aguda na extremidade que fica aderido à pinha e uma base larga com um espinho na outra, parecendo que foi feita para ser pega para comer. De alto valor nutritivo, é disputado nas matas por dois grupos principais da fauna: aqueles que conseguem pegar a semente lá na pinha ainda presa ao galho, como os papagaios, gralhas, ouriços e outros que esperam que os pinhões cheguem ao solo trazidos pela gravidade quando o vento sacode os galhos ou algum animal remexe a pinha para extrair os pinhões. Assim as cutias, roedores menores, saracuras, veados e porcos do mato se refestelam com a iguaria farta e saborosa. Festa no solo, festa nos galhos. Aqui na RPPN Papagaios de Altitude, em Urupema - SC, o banquete está servido e em qualquer lugar que se ande pela mata, os sinais são claros. 

Um lugar especial

RPPN4Base de apoio aos pesquisadores da RPPN Papagaios de Altitude

Eu sempre ouvia falar, lia e via imagens da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Papagaios de Altitude, aqui de Urupena, Santa Catarina. Esta região alta, acima de 1.300 metros de altitude, é formada por uma mistura muito agradável de campos de altitude e florestas de araucárias em vários estágios de recuperação. Vindo de São Joaquim, entrei no acesso da RPPN e fui seguindo uma estrada de interior de mata que foi aumentando a expectativa à medida que subia e vencia as curvas ladeadas por árvores, xaxins e samambaias. Ao chegar na sede da reserva, que fica numa área de campo aberto consegui entender, em poucos segundos, tudo aquilo que me falavam deste lugar: trata-se de um refúgio perfeito para estudos das coisas da natureza, mas principalmente, relacionados aos papagaios e a cadeia alimentar do pinhão.

Os papapinhões

CharãoPapagaio-charão se alimentando de pinhões (foto Projeto Charão)

Estou iniciando um novo desafio autoimposto: ir, ver, fotografar e escrever sobre a cadeia alimentar que envolve o pinhão, esta rica semente das araucárias. Para isso estou indo para um centro de referência sobre o estudo da fauna que se envolve e depende do recurso alimentar oferecido por esta rica semente no ecossistema da floresta de araucárias. Falo da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Papagaios de Altitude, em Urupema, Santa Catarina. Vou ficar um tempo instalado nas dependências desta unidade e tentar extrair dali, através do meu olhar, casos e fotos interessantes que possam ser compartilhados com os leitores da minha coluna do Jornal Nova Época, de Canela e do blog Os Papapinhões, no meu site (www.vitorhugotravi.eco.br) O desafio é grande e os apoios recebidos me imprimem uma forte dose de responsabilidade, coisa que, ao contrário de me inibir, me estimula fortemente.

Projeto Os Papapinhões

Um novo trabalho está surgindo...

OS PAPAPINHÕES

foto 1

A cidade catarinense de Urupena está localizada no sudeste do Planalto Sul brasileiro, a uma altitude média de 1.300 metros acima do nível do mar, próxima da divisa com o Rio Grande de Sul. A região se notabiliza pela presença maciça de matas de araucárias e campos de altitude, fatores que permitem a presença de uma grande quantidade de fauna nativa dependente do pinhão, o que levou a criação de uma área protegida com estas matas para tentar salvar da extinção duas espécies de papagaios: o papagaio-charão e o papagaio-de-peito-roxo. Estas espécies de aves são grandes dependentes do pinhão, a semente da araucária, e nesta região a concentração de bandos é extraordinária. Estes papagaios são apenas duas, entre inúmeros outras espécies de papapinhões.

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