Blog - Os Papapinhões

Cidade do frio

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Praça central de Urupema

Urupema é uma daquelas cidades pequenas que tem seus encantos naturais mais fortes do que os urbanos. Localizada no Planalto de Santa Catarina, entre de São Joaquim e Urubici, tem como slogan o de ser a cidade mais fria do Brasil. De fato, sua localização a uma altitude média de 1.425 metros acima do nível do mar, faz deste pequeno município um lugar realmente frio. Perto do centro urbano, ergue-se o Morro das Torres com 1.750 metros, onde se localizam as torres de telefonia da região. Ali a vista é panorâmica, podendo ser escolhido o quadrante a ser apreciado. Uma ondulação de morros cobertos ora de matas densas de araucárias, ora mosaicos de culturas de maçã, batatas, uvas viníferas, morangos e campos nativos de pastoreio. Aqui neste morro, nos invernos mais severos, as baixas temperaturas congelam tudo, inclusive os arroios e cascatas que se formam por perto. Por este motivo um dos pontos turísticos é a “Cascata que congela”, um arroio que emerge das turfeiras do Morro da Torres e que é formador do Rio Caronas, cria uma pequena cachoeira que literalmente congela naqueles dias mais severos, onde já houve registros de uma sensação térmica de – 25ºC.

Encontro com o puma

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Um dos sonhos de qualquer biólogo de campo é o de poder avistar animais selvagens em seus ambientes naturais. É uma situação que exige algumas circunstâncias para que se realize e pode demorar muito para acontecer, principalmente se o local de avistamento for de baixa densidade de animais. Ir para a Lagoa do Peixe ou o Taim, enche os olhos do observador com as dezenas de espécies de aves de tamanhos, formas e hábitos variados, todas ali ao alcance de uma teleobjetiva de razoável alcance, um olhar treinado e a paciência necessária para andar e flagrar os melhores momentos.

Detalhes

 Detalhes

Uma das minhas atividades preferidas, sempre que ando por algum lugar novo, ou mesmo já conhecido, é buscar por detalhes que podem ser óbvios, mas, se vistos de outra forma, podem contar alguma história. Aqui na RPPN Papagaios de Altitude, em Urupema – SC consegui registrar algumas estruturas interessantes que estavam espalhados pelos ambientes que visitei. Eis alguns:

Mudando o tempo

 

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O tempo não cansa, ele encanta. O tempo não é estático, por ser mutante. O tempo é rápido, mas também muito lento. O tempo de hoje, não é o de amanhã. E o tempo de amanhã? Como saber?

O final de um dia

Sol

O alinhamento da sede da RPPN Papagaios de Altitude, aqui em Urupema - SC, é no sentido leste - oeste, aproximadamente. Assim, pela manhã é possível apreciar o nascer do sol na varanda da casa e a tarde o pôr do sol no lado oposto. Ótima posição solar para a captação da energia fotovoltaica, luz e calor em todos os lados da casa. Devido a topografia daqui o poente é local com mais amplo horizonte, com mais céu e menos mata, o que proporciona momentos de verdadeiro deleite de cores que se desdobram no céu.

Pela trilha do uru

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Aqui na RPPN Papagaios de Altitude, em Urupena – SC, tem duas trilhas que são utilizadas para monitoramento da fauna através de inúmeras armadilhas fotográficas para registro das espécies diurnas e noturnas, além de observações sobre a ações destes animais sobre o pinhão e outros comportamentos. Também são trilhas de apoio a ações de Educação Ambiental que servem de subsídios pra ações de conscientização e preservação dos ecossistemas de Campos de Altitude e da Floresta de Araucárias e sua grande diversidade de fauna.

Contando papagaios

Contando papagaios
Bando de papagaios  (Foto - Projeto Charão) 

Uma das atividades que os pesquisadores realizam aqui na RPPN Papagaios de Altitude, em Urupema – SC, é a contagem de bandos de papagaios para tentar estabelecer o tamanho aproximado da população. O papagaio-charão, aquele que tem a ponta das asas e a testa vermelhas, é o alvo dos estudos nesta época de pinhões. Participei, juntamente com Jaime Martines e Nêmora Pauletti Prestes – diretores do Projeto Charão e mais o Chefe de Conservação do Parque da Aves da Foz do Iguaçu, Benjamin Phalan, de um evento de contagem no dia que cheguei por aqui – 23 de abril. O papagaio-charão tem um hábito único entre as outras espécies brasileiras: ele é migratório e atualmente só ocorre no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nesta época de outono, pela abundância do pinhão, os bandos vêm para cá, em especial para a região de Urupema, e permanecem até o final do inverno, o que coincide com o final da temporada de pinhões, quando migram para o Rio Grande do Sul par iniciarem o período de reprodução.

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