Blog Um Ano no Topo do Rio Grande
Urubu-de-cabeça-preta, o carniceiro do cânion Monte Negro
Comer carniça é uma tarefa para poucos, e não fossem estes poucos, teríamos sérios problemas de contaminação no ambiente. Uma carcaça de qualquer animal que morre no campo ou na mata, é prontamente localizada e a festa inicia. Os negros carniceiros chegam em bandos e limpam o cadáver de suas carnes e visceras em poucos minutos. São os lixeiros da natureza.
De grande porte, o urubu-de-cabeça-preta é o mais abundante na região, seguido do urubu-de-cabeça-vermelha e do raro e imponente urubu-rei, que ainda não consegui registrar. Vive em bandos de mais de dez indivíduos aproveitando as correntes quentes que sobem pelas paredes do cânion para ficarem planando e recorrendo cada metro do local em busca de carniça.
O acasalamento desta espécie já iniciou aqui no Monte Negro, como mostra o registro que fiz no dia 7 de agosto. Os ninho, geralmente com um único filhote, são feitos nos paredões em alguma depressão da encosta ou em pequenas cavernas naturias decorrentes de deslizamentos.