Blog Vale do Rio Silveira

O Rio Silveira

Rio Silveira na altura da Pousada Cachoeirão dos Rodrigues na primeira hora da manhã

O Silveira não é daqueles rios caudalosos e de longo percurso como o Uruguai, o Caí, o Antas, o Camaquã ou o Jacuí.  Ele nasce pouco ao sul do cânion Boa Vista, em São José dos Ausentes, e termina mergulhando nas águas claras do rio Pelotas, ainda na parte alta do Planalto na divisa com Santa Catarina. É um rio simpático que atraiu minha atenção quando comecei a conhecer alguns de seus lugares emblemáticos que são realmente excepcionais, o que só fez aumentar meu interesse em explorar melhor este pequeno curso d’água do nordeste gaúcho. É difícil falar de um rio citando apenas um ou dois lugares de destaque de seu percurso. Mais difícil ainda é tentar falar dele com um todo, explorando seu sinuoso percurso em detalhes. Pois foi a segunda opção que me levou a este trabalho que agora inicio, já que para se conhecer um corpo não basta decorar a sua cabeça, há que se conhecer o todo, da melhor forma possível.

Ao longo de todo o seu percurso há muitas fazendas de gado, florestas de pinus, campos, matas de araucárias, banhados e lavouras de batatas que compõem um mosaico de recursos naturais explorados pelos diferentes proprietários das áreas lindeiras ao rio. Algumas destas fazendas seculares se adaptaram ao turismo rural, mantendo a originalidade de suas casas e a forma autêntica, carinhosa e simples de receber o turista. Assim surgiram as pousadas Cachoeirão dos Rodrigues e Potreirinhos, próximas uma da outra e com todos os elementos da ruralidade verdadeira que o turista busca ao sair de seus centros urbanos agitados, barulhentos e enfumaçados. Quando este rio passa pela pequena Vila do Silveira, um dos distritos de São José dos Ausentes, segue por um desnível do terreno que forma uma longa corredeira com pequenas cachoeiras, ilhas e poços que encantam e refrescam os moradores nas suas águas frias e límpidas durante os meses quentes do verão. O Museu Waldemar do Santos Boeira, na margem direita do rio, é uma referência para quem por ali passa e deseja conhecer mais sobre a história da colonização da região.

Este rio tem atrativos naturais em suas margens que já consolidou um turismo fiel e ávido pelo natural, bastando citar o Desnível dos Rios, onde o rio Silveira passa próximo e acima do rio Divisa em um cenário único da geografia mundial. O Cachoeirão dos Rodrigues, logo mais abaixo do Desnível, é outro espetáculo feito por um degrau natural do leito do rio, criando um arco onde a água desenha uma bela cachoeira que se espalha sempre que o volume de suas águas aumenta durante as cheias. A pesca de truta se tornou outro atrativo devido, principalmente, as baixas temperaturas das águas do rio no inverno, um dos fatores preponderantes para este belo peixe esportivo, natural do hemisfério norte, se desenvolver.

Iniciei o trabalho na semana passada ficando baseado na Pousada Fazenda Cachoeirão dos Rodrigues, onde a sorte me acompanhou com oito dias de tempo bom, permitindo uma exploração tanto pelo leito do raso do rio como de suas margens, principalmente na região da pousada. Agradeço ao Tonico, a Rosane, ao Samuel e sua esposa, proprietários da pousada Cachoeirão dos Rodrigues, pela acolhida carinhosa e sempre muito prestativa e a ao Fábio Bertoluci e sua família pelo dia espetacular que passamos conversando sobre trutas e outras histórias na Toca do Graxaim.

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