Blog Vale do Rio Silveira

O Rio do Marco

Rio do Marco na ponte da RS 20 com vista para sua foz, logo adiante

O Rio do Marco é um importante afluente da margem direita do Rio Silveira, podendo ser visto na ponte da rodovia RS 20, que segue do Silveira para o Faxinal Preto. Seu nome deriva de marcos de pedra que existem ou existiram, em suas margens na época da demarcação das sesmarias. Um destes marcos, encontrado na várzea da Branca, parece que está depositado em um museu na cidade de Vacaria segundo relatos de moradores da região. Ele nasce nos banhados e vertentes próximas do cânion da Coxilha, local onde tive a oportunidade de registrar vários avistamentos do nosso maior cervo – o veado-campeiro. Animal de grande porte, típico destes campos, vive em pequenos bandos que já aprenderam os benefícios das pastagens de inverno que os fazendeiros preparam para o gado. Outras vertentes menores surgem do sopé do Monte Negro, local mais alto e frio do Estado. Nasce pequeno, como todos, e vai engrossando à medida que recebe os tributários de ambos os lados, como o arroio da Branca, que nasce lá na Pousada Monte Negro, passa pela Estância Tio Tonho e corta uma grande várzea encaixada entre altas coxilhas até se juntar ao Marco. Todos os arroios que cruzam a estrada de acesso ao Monte Negro, a partir da pousada Monte Negro, são afluentes direitos do rio do Marco, sempre com águas rápidas, frias e límpidas que andam ora pelo campo, ora pelos matos e podem formar pequenas quedas, como a cachoeira do Lambari e a do Poço Redondo.

Encontro do Rio do Marco, no primeiro plano, com o Rio Silveira, acima

Pouco depois da ponte da RS 20, o Rio do Marco serpenteia pelo campo aberto em sua calha rasas que permite que suas águas passeiem pelo campo durante as enchentes de inverno e primavera, depositando material trazido de cima e assim fertilizando os gramados. Pouco adiante ele se mistura com o Rio Silveira em uma foz formada em pleno campo aberto desenhando, para quem observa de cima, uma serpente que se enrosca em outra para seguirem campo a fora molhando tudo pelo caminho e matando a sede da fauna e da flora. Como todos os rios daqui do planalto nordeste, as águas correm sobre rochas, criando os famosos lajeados que permitem, em alguns lugares, travessias seguras tanto a pé quanto a cavalo ou de carro. Nos locais mais fundos, a pesca de trutas é um esporte praticado por grupos de aficionados vindos de longe, ou pelos moradores próximos que se divertem com os jundiás abundantes nestes locais mais escuros e profundos, formados em poços naturais escavados pela água naqueles sítios onde a rocha é mais profunda. O Marco é um rio curto, mas no seu caminho alegra e encanta a vida de homens, bichos e plantas.   

Rio do Marco a montante da ponte da RS 20

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