Blog Andando por Aí
Aventura nas alturas
Aventura nas alturas
Nos dias 27, 28 e 29 de setembro estarei levando um grupo para conhecer o Monte Negro, o famoso Topo do Rio Grande, em São José dos Ausentes. O programa tem o objetivo de conhecer lugares icônicos do turismo rural do nordeste gaúcho, ver e sentir aqueles pontos que me inspiraram a escrever e fotografar para as páginas do jornal Nova Época de Canela e para o meu site. Conversaremos sobre a paisagem, a flora, fauna, geologia, turismo rural, lendas locais e o clima. Este primeiro grupo já está fechado e nova turma já foi aberta para o final de novembro, nos dias 22, 23 e 24. Interessou-se? Entre em contato pelo whatsapp 54 999985488 ou pelo e-mail
A bibi que azula os campos
Nos campos de cima da serra, aqui no Rio Grande do Sul, medra uma pequena erva que só é percebida na primavera quando ela emite sua belíssima flor azulada. A bibi se espalha rasteira pelo campo e aproveita a chuva e o calor da estação para florescer rapidamente, produzir suas sementes e deixar que vento, água ou os animais levem o seu material genético para outras áreas. Assim a pequena bibi vai “andando” de um lado a outro pelo campo, povoando espaços e colorindo a monocromia do verde da estação.
Água clara em poço escuro
Cascatas e cachoeiras no meio do mato são escuras, sombreadas devido a cobertura vegetal que filtra o sol, deixando poucas horas de boa luz para ser apreciada. A cachoeira do Poço Redondo é um exemplo. Acomodada no meio de uma densa mata de araucárias ela se esconde da vista e, para se chegar a sua base, muitas voltas, subidas e descidas são necessárias. Aí é só contemplar a beleza do véu branco que contrasta com o negro basalto do paredão que ainda abriga em suas frestas, samambaias, musgos, avencas e outras plantas de sombra. Sempre tem organismos que sabem se aproveitar de locais pouco favoráveis a outros. Viver ali na umidade e na pouca luz, é para poucos. A água branca que despenca, parece uma luz trazida ao escuro do poço.
Vida empoleirada
Viver empoleirado tem suas vantagens, mas também as suas agruras. As bromélias são adaptadas a viverem empoleiradas em troncos, galhos, muros, rochas, fios ou qualquer local que lhe ofereça apoio e luz. Ao contrário do que muitos pensam, elas não são parasitas e se prendem às árvores apenas para conseguirem um lugar iluminado, arejado e que possa receber água da chuva. Da poeira do ar lhes vem os sais minerais, da chuva e da umidade do ar a água e do sol a fonte para a fotossíntese. Assim elas vivem como alegorias vivas das árvores deixando as florestas mais coloridas e bonitas, principalmente quando florescem, como é o caso do cravo-do-mato, a bromélia menor da foto, com suas flores vermelhas e azuis.
Marcas do homem
A presença do homem na natureza é impactante de várias formas, graus e maneiras. Na foto é possível ver o campo que margeia o cânion Monte Negro e suas marcas antrópicas: cercas, trilhas e visitantes. Um lugar tão conhecido como este recebe visitantes de todos os locais, com todo tipo de educação ambiental, e o resultado pode ser visto se apurarmos um pouco a vista. A cerca da foto é para contenção do gado, não das pessoas, mas fica como uma marca humana que rasga a paisagem e estabelece limites aos animais que também são trazidos pelo homem.