Blog Andando por Aí

Vale encantador

 

Olhando para o sul

O cavalo saiu do cercado, onde tem um saleiro bem no topo de uma coxilha, e parece que ficou exultante com a paisagem que se abriu a frente. Este local, com mais de 1.200 meros de altura, próximo do Topo do Rio Grande, oferece um visual fantástico para qualquer dos lados que se olhar. O cavalo observa o quadrante sul e parece em dúvida se segue pastando ou fica curtindo a liberdade do campo infinito a frente. Quisera que todos os meus problemas fossem desta ordem....

 

Vale encantador

A estrada se esquiva da beira do rio, sabendo que ele se espalha pelo campo nas enchentes, respeitando seu humor. Assim é o Vale do Rio Silveira, um lugar que guarda muito do que é o ecossistema dos Campos de Altitude. Campos predominam sobre as matas em muitos lugares, rios correm pelo vale alegrando e distribuindo umidade por todo lugar, dessedentando a fauna e hidratando a vegetação. O Morro Chato, ao fundo, tudo vê e parece que controla os acontecimentos, ajudado pelo Morro Maracajá, a esquerda que atua como sentinela do lugar.

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Tronco, galho, graveto, folha

Este belo exemplar de cambuim com seu tronco liso, claro e manchado, destaca-se dentro da mata onde busca a proteção das copas mais altas das araucárias. Madeira dura, avermelhada, muito procurada para cabos de ferramentas e outras utilidades nas fazendas, no seu ambiente natural mostra o processo de crescimento de seus galhos e ramos, sempre em busca de luz para as folhas poderem “comer” o sol e fazerem a fotossíntese. Com o diâmetro sempre mais fino à medida que sobem, os ramos desenham uma intrincada e perfeita teia de suporte para a folhagem que, quanto mais altas e perto da luz, melhor. O resultado é uma obra de arte abstrata impossível de descrever.

 

 

Quatro pétalas amarelas

A flor da Cruz-de-malta se destaca imediatamente no meio dos campos úmidos e verdes nas beiras de rios, como o Silveira aqui em São José dos Ausentes. Como um sinalizador para os insetos, o matiz amarelo e a forma das pétalas atraem abelhas de diversas espécies em busca do precioso néctar escondido na base da flor. Ao passarem por ali “carregam”, de lambuja, o pólen que será “entregue” em outra flor, e assim as flores vão sendo fertilizadas e novas sementes irão garantir a nova geração. A importância das cores nas flores vai muito além da beleza que tanto nos atrai.

 

Arte no rio

Quando um rio deságua em outro, e a época é de estiagem, a espuma resultante do movimento da água e da matéria orgânica abundante, forma quadros interessantes de uma arte abstrata mutante. Fico ali parado por alguns minutos e os rodamoinhos formados vão transformando o quadro e pincelando a espuma para lá e para cá, como se a água do Rio Divisa, da direita na foto, não quisesse se misturar com a do Rio Silveira a sua frente. Rebojam, se escondem, mas por fim se fundem.

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