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O pinheiro-careca

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Quem passar pela frente do Parque do Palácio, neste início de outono, poderá observar que ali perto da cerca frontal, refeita recentemente, existem algumas árvores vermelhas se destacando contra o céu azul e o verde das matas ao fundo. Parece, à primeira vista, que morreram e suas folhas estão secando e caindo. De fato, elas perdem as folhas no inverno, coisa rara entre este grupo de plantas a qual a nossa araucária faz parte, mas não por senescência ou alguma moléstia da árvore, e sim pelas características incomuns desta espécie de pinheiro.

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Trata-se do Pinheiro-careca, também conhecido como cipreste-vermelho, cipreste-calvo ou pinheiro-do-brejo, uma clara alusão ao fato do seu desfolhado durante o inverno. É originário dos Estados Unidos e hoje se distribui por muitas regiões do mundo, principalmente devido a sua madeira de boa qualidade e pelo grande valor paisagístico quando, no outono, deixa suas folhas vermelhas antes de caírem naturalmente e colorirem o chão em volta do tronco, parecendo que o chão também gosta de se enfeitar antes da chegada do inverno.

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Exótico entre nós, encontrei muitos exemplares desta espécie na estrada que vai ao Caracol, no Parque do Palácio, no Rincão do Coelho, sede campestre da ACM de Canela, na pequena ilha do lago do Grande Hotel e sempre em locais que a espécie mais gosta: proximidade com locais enxarcados ou mesmo beiras de rios e açudes. Suas raízes são bem adaptadas a viverem nestes ambientes e, quando o solo é muito úmido, emitem raízes para fora do solo em busca do precioso oxigênio.

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As araucárias, sempre verdes durante todo o ano, olham para estes novos vizinhos e pensam no motivo que teriam para perder todas as suas folhas, já que depois terão o trabalho de produzir novas na próxima primavera primaveras. Mal se dão conta as araucárias que elas também perdem suas folhas, apenas que aos poucos, de vento em vento no final do verão e outono, pintando e espinhando o chão em torno de seus troncos. Tudo igual, apenas que a técnica é diferente. A min parece que as araucárias largam suas grimpas (folhas mortas) na época do pinhão justamente para dificultar a catação das sementes, fazendo com que algumas se escondam e germinem. A natureza tem seus padrões, apenas muda os métodos.

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