Blog Andando por Aí
Foi há sete anos
O patriarca Afonso com seu casal de netos: Elisa e Leo
No final do outono de 2016 dei início a um dos meus mais espetaculares e esperados projetos pessoais, que há muito alimentava e que me fazia perder sono com planejamento, formas de execução e viabilidade econômica. Nascia ali, naquele frio e úmido início do inverno, a realização de um trabalho que, resumindo, tinha o objetivo de abrir uma janela no tempo para mostrar algumas mudanças operadas na natureza durante as quatro estações do ano numa região tão especial e particular: O Monte Negro e seu entorno, que resultou no livro Um ano no topo do Rio Grande.
Uma vista panorâmica da Estância Tio Tonho
Semana passada, neste seco e frio final de outono, estive novamente na mesma região para sentir a vibração e a energia que aquele local me proporciona. Fiquei hospedado no mesmo local – a icônica Estância Tio Tonho, que labuta tanto com a pecuária como com o Turismo Rural, sempre com aquela essência nativa e original que tanto encanta os frequentadores.
Uma vista da face oeste do Topo do Rio Grande - o Monte Negro
Os proprietários Dona Antônia e seu Afonso Vieira, agora ganharam um lindo casal de netos e continuam recebendo e encantando seus amigos que vem e voltam inúmeras vezes ao local, assim como eu. O Pablo, filho mais novo do casal, na época do meu trabalho ainda estudava para concluir os seus estudos do secundário e agora é um exímio gaúcho serrano que domina como poucos as técnicas e artimanhas da criação de gado e cavalos. Domador, laçador e colecionador de troféus de laço, absorveu a vida na Estância e ali vai se impondo. A filha Letícia, agora formada em Biomedicina, casou-se com o veterinário Wellison e já curtem e se encanta com o primeiro filho, o inquieto e esperto Leo, que logo estará caminhando e andando a cavalo. O Felipe, filho mais velho da família, já era casado com a Kelly quando do início dos trabalhos, e são os pais da linda Elisa, primeira neta da família.
A Estância Tio Tonho cresceu como pousada e agora constrói um novo espaço para a refeição dos seus hóspedes, mais amplo e com a madeira da emblemática araucária nas suas paredes e caibramento do telhado. Tudo muito natural e estilizado com o gosto e a forma simples e direta que esta família tem de viver e se relacionar com os visitantes.
A nova sala de refeições sendo construida
Vejo, nestes sete anos que separam o momento atual daquele do início dos meus trabalhos, uma mudança perceptível tanto na paisagem, que ganhou novas lavouras de batatas, brócolis e pastagens de inverno, como nas pessoas deste local que ajustaram suas vidas para esta nobre função de bem receber seus amigos e visitantes, sempre com aquela energia e calor que só é comparado ao fogo de nó de pinho que agora começa arder e aquecer os corações de tantos que para aqui vem em busca de paz, boa comida serrana, amizade verdadeira e uma paisagem única apresentada pelas coxilhas douradas, cânions e o icônico Topo do Rio Grande. Vida longa a família do casal Antônia e Afonso Vieira com seus filhos e netos. Tenho muito orgulho em falar a todos que os conheço e que aí fui e sou sempre muito bem recebido por lá e que esta amizade que se desenvolveu neste tempo será eterna e é muito mais saborosa do que o livro que perpetua este período. Às vezes eu saio para fazer uma coisa, faço e, de brinde, recebo estas graças de conhecer pessoas especiais. Agradecido sempre por tudo.
Dia frio é dia de fogo na laraeira da estância