Blog Andando por Aí

Taipa de pedras

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Uma taipa de pedras é uma cerca feita apenas com pedras empilhadas. Há cem, duzentos ou trezentos anos atrás, as taipas eram as cercas comuns nas fazendas e foram erguidas por índios, negros e peões de fazendas. Elas riscam o chão dos campos e matas do Rio Grande do Sul parecendo longas serpentes seguindo em direção ao horizonte, desaparecendo em alguma canhada e ressurgindo novamente numa coxilha, parecendo que brinca de esconde-esconde com o observador. Hoje há remanescentes destas obras em vários lugares, principalmente nos municípios dos Campos de Cima da Serra, como São Francisco de Paula, Cambará do Sul e São José dos Ausentes. Era através delas que, em alguns trechos, passavam as tropas de mulas rumo a São Paulo, em longos corredores murados tendo, em pontos estratégicos, os currais para descanso das tropas, igualmente feitos de pedras.

Aves urbanas

Aves1Saíra-preciosa

Ando sempre pelas ruas e praças de Canela de olhos e ouvidos atentos a cantos, sibilos e gritos de aves que se espalham pelos inúmeros ambientes urbanos. Elas estão muito bem adaptadas as modificações ambientais impostas ao seu ambiente natural pelo processo da urbanização e muitas gerações já nasceram, cresceram e criaram filhotes que enfrentam o barulho e o movimento da cidade de forma natural. Posso marcar aqui uma pequena lista de espécies que vejo quase todos os dias, em qualquer estação do ano: sabiá-laranjeira, tico-tico, saíra-preciosa, sanhaço-cinzento, papagaio-peito-roxo, gavião-carrapateiro, curicacas, joão-de-barro, bem-te-vi, pomba-de-bando e muitas mais.

A resina das araucárias

AraucáriaRemanescente da floresta nativa de araucárias. Ao fundo a Pousada Monte Negro, em São José dos Ausentes

No último dia 24 deste mês de junho foi comemorado o dia da Araucária, um evento criado por lei federal em 2005, uma data que poucos conhecem e/ou comemoram. Esta bela, distinta e emblemática árvore é um ícone da região sul do Brasil, espalhando-se principalmente pelas terras altas e frias do Paraná ao Rio Grande do Sul. Durante décadas, foi a mola propulsora da economia da região nordeste do nosso Estado, notadamente nos municípios de Canela, São Francisco, Cambará e Bom Jesus fornecendo com seus caules cilíndricos e de madeira nobre, as tábuas necessárias para a construção das casas dos primeiros colonos e, mais adiante, levada pelos trilhos do trem para o mundo.

Mais um inverno

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No dia 21 de junho, uma quarta feira agradável depois de uma semana fria, iniciou oficialmente mais um inverno aqui na região sul do Brasil. Este ano a estação foi antecedida de muita chuva pela da Serra Gaúcha, criando o caos em estradas e enchentes nas cidades mais baixas, perto de rios e arroios. As cachoeiras fizeram o espetáculo por triplicar ou quadruplicar seu volume de água criando cenários únicos, espetaculares, destrutivos e efêmeros que me mostra a força que uns poucos dias de chuva intensa pode provocar na natureza.

O alerta do pôr do sol.

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Um final de uma tarde ensolarada é como um lamento de cores laranja, amarelo e vermelho se acentuando e marcando a passagem do dia. Parecendo cores cansadas, vão enfraquecendo e sumindo na escuridão da noite onde se escondem para se recuperarem em um sono invisível, reaparecendo renovadas na manhã seguinte no lado oposto do planeta. Apreciar um por de sol de qualquer lugar é um privilégio do momento, mesmo naqueles locais menos naturais como os grandes centros urbanos. Achar um ângulo certo para apreciar o fenômeno faz com que eu sinta e absorva a energia do sol que se despede, sabendo que voltará na manhã seguinte, assim como quando me despeço de alguém que, sei, voltará.

Trinta e um anos

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No início desta semana, especificamente no dia 5 de junho, convencionou-se comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente. Muito se fala, se faz e se mostra e se discute durante este período do ano com ações práticas e teóricas que envolvem a conscientização das pessoas em relação ao nosso entorno, nosso quintal, nosso bairro, cidade, país, mundo. Daqui alguns dias, tudo volta ao normal e pouco ou nada será feito, dito ou mostrado sobre o assunto. É assim com todas estas datas comemorativas criadas por nós, sejam elas relativas a Jesus Cristo, aos oceanos, aos cães e gatos, aos avós, pais, mães, advogados, biólogos e um mundo mais de homenagens, como se tivéssemos que lembrar de todos.

Foi há sete anos

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O patriarca Afonso com seu casal de netos: Elisa e Leo

No final do outono de 2016 dei início a um dos meus mais espetaculares e esperados projetos pessoais, que há muito alimentava e que me fazia perder sono com planejamento, formas de execução e viabilidade econômica. Nascia ali, naquele frio e úmido início do inverno, a realização de um trabalho que, resumindo, tinha o objetivo de abrir uma janela no tempo para mostrar algumas mudanças operadas na natureza durante as quatro estações do ano numa região tão especial e particular: O Monte Negro e seu entorno, que resultou no livro Um ano no topo do Rio Grande.

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